A oração é uma forma de nos conectarmos com o Criador em sua forma mais sublime, embora, muitas vezes, realizamos preces com peditórios, mesmo assim, estamos dedicando aquele minuto para buscar a Deus.

Jesus é o nosso Modelo e Guia conforme a resposta dos Espíritos superiores a questão 625 de Allan Kardec, transcrita na primeira obra espírita, “O Livro dos Espíritos”, e Ele nos concedeu ensinamentos muito profundos que conhecemos, mas não o entendemos, pois se assim o fosse nós oraríamos de outra forma, sintonizados e conectados internamente em uma linha tênue com o plano espiritual superior.

“Qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?

- Vede Jesus” - Questão 625, O Livro dos Espíritos.

No tempo em que o Cristo esteve encarnado, pisando o mesmo solo que nós, tivemos lições primorosas e profunda sobre a prece, e gostaríamos de apresentar algumas passagens, que para o nosso estudo é muito importante, tentar resgatar a mensagem que Jesus imprimiu ao proferir esses ensinamentos.

“E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” - Mateus 6:5

Ensina-nos o querido Mestre Jesus, que devemos manter distante do palco das atenções, pois é muito comum, que queiramos aparecer diante da multidão ou de grupos de pessoas, principalmente em reuniões religiosas. As raízes que torna o homem arraigado no solo, permanecendo ligado às práticas da vaidade e do orgulho faz com que a Criatura queira erguer-se e ser o primeiro por muito falar, ou por demonstrar palavras lindas, mas jogadas ao vento para entreter aqueles que se impressionam com ela.

A oração sublime é aquela que dedicamos aos Planos Superiores com coração, com sentimento de respeito e sintonia vibracional da Criatura com o seu Criador. De nada adianta, ter palavras bonitas ou saber orar com a boca, se no coração não aprendermos a conversação íntima com Ele.

Uma criança, em idade infantil, que ainda não está manchada pela impureza do homem, consegue penetrar terrenos mais sutis com suas preces, que dirá daquele que compreender o mecanismo da prece e das Lei de Sintonia.

Aquele que quer aparecer diante dos Homens, está fadado a ser esquecido pelos mesmos, depois de um tempo, pois a glória do mundo é passageira e amarga, mas a Glória de Deus é Eterna e Viva.

“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” - Mateus 6:6

É mais correto, orarmos sozinhos, dedicando aqueles minutos ao Criador, do que fazê-lo em público, pois o que Jesus vem nos dizer é que naquela época, e persiste nos dias atuais, que religiosos, demoravam-se em orações, procuravam platéias e públicos cativos para o aplaudir e venerar, e ainda mendigam algumas moedas em favor de sua própria causa.

Quando tivermos que entrar em prece, o façamos em nossa intimidade com Deus, em nossos aposentos, não necessitamos aplausos e nem alvoroço, pois a oração verdadeira é aquela que começa no coração e que contagia todo o ambiente, onde o orador humilha-se diante da grandeza do Senhor e entrega a vontade divina, como instrumento imperfeito, mas prestimoso ao trabalho sincero e reto.

Não é errado orar nas atividades espíritas, pois é a forma mais rápida de nos conectarmos com Espíritos amigos, porém, devemos combater o nosso orgulho e vaidade, que podem aflorar, quando o público nos envaidece e nos aplaudem. Fujamos de gracejos e aplausos sonoros ou da boca.

Todas as atividades espíritas, do início ao fim, devemos manter-nos circunspecto a oração em silêncio, e quando convocado a orar em público que lembremos que não é a palavra que sintoniza e sim os nossos sentimentos e fé.

“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.” - Mateus 6:7

"660A - O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas crêem que todo o mérito está na extensão da prece e fecham os olhos sobre seus próprios defeitos. A prece, para elas, é uma ocupação, um emprego de tempo, mas não um estudo delas mesmas. Não é o remédio que é ineficaz, mas a maneira como é empregado." - Livro III - Lei de Adoração, Cap. 2 Da Prece- O Livro dos Espíritos

Aqui chegamos, a um ponto necessário para que cuidemos. Há muitos Espíritas que demoram cinco a dez minutos em oração, buscando palavras bonitas e complexas para expressar-se diante dos seus ouvintes. Jesus já nos advertiu, orar é uma conversa com Deus e não um peditório sem fim.

Ao orarmos que o façamos no tempo necessário, sem cansar os nossos irmãos, pois a grande maioria perde a sintonia após um minuto, assim como aqueles que não se sintonizam nem com o início da prece. Procuremos cuidar de ser breve e verdadeiro.

Vemos nas obras de André Luiz, os personagens realizarem preces curtas, mas sinceras, até o momento não encontrei uma prece de quatro páginas ou dez páginas, dessa forma, vamos seguir o modelo que Jesus deixou através de seus Ensinamentos.

“Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes..” - Mateus 6:8

Quando oramos, estamos conversando com o Criador, informando-lhe que estamos a sua vontade e que buscamos lhe ser obediente, e que entendemos que somos Criaturas falíveis, assim como, demonstramos a Deus a nossa fé, confiança e busca da retidão do caminho a ser seguido através da inspiração.

O Criador sabe de todas as coisas, mas mesmo assim, quando conversamos com Ele estamos dizendo que estamos buscando-o para que possa nos consolar, nos aliviar as dores e nos esclarecer diante das tribulações.

A humildade é uma virtude que aos poucos vamos despertando, pois quando erramos e buscamos a inspiração do Pai para nos conduzir ao conserto e depois para nos fortalecer o Espírito para a colheita futura, nós estamos dizendo, “ - Sim Senhor! Eu errei porque fui fraco, mas estou aqui para que seja feita a Sua Vontade, mesmo que isso me doa, pois eu mereço. Estou aqui!”

Que reflitamos as palavras do Cristo, pois se o temos como Guia e Modelo, então, no mínimo, devemos buscar fazer o certo, procurar reduzir a nossa vaidade e o orgulho e buscar não agradar os ouvidos de quem o ouve, mas ser sensato, coerente e conversar com Deus, mesmo falando pouco, mesmo que suas palavras não demonstre eloquência ou cultura, mas o que importa, é entregar-se ao Criador nos seus sinceros sentimentos, seja no Centro Espírita, no lar ou em qualquer lugar. Vamos orar:

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;

Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;

O pão nosso de cada dia nos dá hoje;

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;

E não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém” - Mateus 6:9 à 13